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Quando a busca por prazer ou alívio transforma-se na doença das adicções

2010
info@psicorporal.com
Psicóloga Clínica. A aguardar pela defesa do curso de Mestrado em Psicologia Clínica e Aconselhamento, com estágio académico concluído na área da toxicodependência, pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL). A realizar o curso de Psicoterapeuta na Abordagem de Análise Bioenergética, pela Associação Portuguesa de Análise Bioenergética (APAB).

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Quando a busca por prazer ou alívio transforma-se na doença das adicções

«Adicção: Qualquer conduta de consumo que provoca a dependência psicológica e/ou física.»

Doron, R & Parot, F. (2002). Dicionário de Psicologia. Lisboa: Climepsi Editores.

 

Uma sociedade hedonista e consumista, cada vez mais vazia de valores poderá propiciar a busca insaciável por um prazer que se perdeu ou que não se obteve através do estabelecimento da relação, o vazio é então preenchido pela “droga”. Essa droga pode ser entendida aqui como um objecto ou um comportamento/actividade.

O comportamento adicto numa pessoa é caracterizado pelo excesso e descontrole das suas acções, onde o investimento é apenas direccionado a algo ou alguém.

As duas principais formas de adicção são:

  • Adicção a substâncias psicoactivas – lícitas (álcool, tabaco, medicamentos como os ansiolíticos, anti-depressivos, etc.) e ilícitas (cocaína, heroína, haxixe, etc.);

  • adicção a actividades e comportamentos – busca e permanência em relações disruptivas, jogo compulsivo, sexo e pornografia, internet, trabalho, exercício físico, compras, perturbações do comportamento alimentar como a anorexia, bulimia e voracidade alimentar etc.

 A questão central das adicções está no vazio emocional que as pessoas buscam preencher de forma compulsiva. Tendemos a culpabilizar o objecto, mas na realidade o problema está na pessoa e no seu comportamento desajustado. Constatou-se que a doença das adicções é entendida como uma doença das relações, a relação consigo próprio, a relação com os outros, com o tempo. O descontrole é que dá a indicação de uma doença, a compulsão e a falta de controle caracterizam a doença da adicção, assim como a diminuição do investimento em tudo o que é saudável. Quando há um decréscimo do que é saudável, dá-se o aumento do que é doente e consequentemente: A perda de valores e da espiritualidade.

Diariamente experienciamos diferentes formas e intensidades do sentimento de prazer, o que não significa que soframos de alguma psicopatologia. Quando podemos saber se esta relação/objecto está a tornar-se numa doença:

  • As relações (família, profissão, etc.) são prejudicadas em detrimento do objecto/comportamento;

  • Quando gastos compulsivos e comportamentos de risco (consumos consecutivos de substâncias lícitas ou ilícitas, sexo com estranhos sem protecção, etc.) persistem;

  • Quando o isolamento emocional, a vergonha e o desespero, estão demasiado presentes para o indivíduo conseguir pedir ajuda.

Onde buscar ajuda para a recuperação:

  • Em centros licenciados ou clínicas especializadas para o tratamento das adicções;

  • A Psicologia oferece uma grande variedade de modelos psicológicos que podem ser o 1º passo de uma longa, mas bem-sucedida caminhada: Acompanhamento Psicológico ou Psicoterapia (conforme a necessidade da pessoa) que poderão ser realizados em consulta individual, de grupo, de casal ou familiar;

  • Por último, é importante clarificar que um dos factores que diferencia a doença das adicções de outras, é que primeiro adoece a mente e depois o corpo. Trata-se de uma doença crónica, o tratamento consiste em receber e aceitar ajuda especializada, e na força interior da própria pessoa para não recair, uma vez abandonados os consumos/comportamentos

 

Website da autora: www.psicorporal.com